Republic P-47 Thunderbolt Sentando a Pua! - A aviação militar brasileira na Segunda Guerra


Análise do projeto do Thunderbolt P-47

por Nicholas Mastrangelo
Chefe do Dept. de Publicações Técnicas, Republic Aviation Corp.
texto original em AvHistory Home Page
Reproduzido do original publicado na edição janeiro-1945 da Industrial Aviation
Sob permissão de Randy Wilson, todos direitos reservados ©

Parte V - Motorização

O motor do P-47 é um Pratt & Whitney R-2800 Double Wasp, refrigerado a ar, radial, com cilindros dispostos em duas fileiras e 2000 hp. Possui 72¾" de comprimento, 52,5" de diâmetro e peso superior a uma tonelada. Apresenta uma câmara de 5,75", curso (do èmbolo) de 6,00" e volume de 2804 pol³; a taxa de compressão é de 6.7:1 e propeller drive ratio .500:1.

O motor é fixado por suportes tipo Lord e trabalha tanto com hélices de quatro pás e passo variável de contole hidráulico como elétrico.

O capô do tipo NACA é composto por um grupo de quatro painéis destacáveis de engates rápidos seguros por presilhas de fixação presas a estrutura da carenagem do motor. Flapes de acionamento hidráulico para controlar a saída do ar refrigerado são localizados na seção superior lateral da cobertura secundária do motor.

A capacidade padrão de combustível é transportada em dois tanques auto-selantes providos de defletores para minimizar a oscilação; o tanque principal fica instalado entre os anteparos de suporte da junta da asa e o tanque auxiliar fica diretamente atrás do anteparo do suporte traseiro da asa. Para previnir o bloqueio de vapores em grandes altitudes, ambos os tanques são equipados com bombas de acionamento elétrico com capacidade suficiente para garantir pressão e fluxo suficientes de combustível em caso de falha da bomba mecânica de combustível tipo G-9.


Outras partes do artigo

O combustível externo é transportado em tanques fixados a presilhas usadas para carregar bombas na área ventral e/ou asas. Esses tanques são pressurizados pela área de escape da bomba a vácuo.

O óleo lubrificante é transportado num tanque de magnésio do tipo funil com capacidade para 28,6 U.S. Gal, fixado com tiras a um apoio no suporte do motor. Um pêndulo é incorporado ao tanque para assegurar lubrificação adequada em vôos de dorso com duração ilimitada.

A temperatura é regulada por dois radiadores montados abaixo do motor; válvulas oscilatórias permitem o óleo resfriado desviar-se dos radiadores. Cada radiador possui uma saída de ar em forma de concha com uma porta controlada por um motor elétrico; as portas funcionam simultaneamente a partir de um só motor.

O sistema de superalimentação do P-47 é projetado para fornecer uma pressão de 52" Hg pelos dutos (e muito mais em Potência de Emergência) para o motor até níveis muito altos.

O turbo fica cerca de 22 pés atrás da hélice e é seguro por um aro preso às longarinas inferiores. Os gases do escape são coletados por dois arcos, um para a fileira direita e outro para a fileira esquerda de cilindros e direcionados para o bocal do turbo através de tubulação ao longo dos dois lados do avião na parte inferior da fuselagem.

Os gases de escape saem por uma carenagem de aço inoxidável que se prolonga abaixo da fuselagem.

O ar encanado é conduzido através de dutos sob a fuselagem se extendendo desde a cobertura principal até o rotor na entrada do turbo; após o processo de compressão, o ar é jogado para o intercooler e então conduzido por cada lado ao longo da fuselagem e dirigido para um só duto acima do carburador. Um grande volume de ar encanado é conduzido para o intercooler com o objetivo de abaixar a temperatura do ar comprimido. Portas controladas por motores elétricos dos dutos de saída do intercooler em ambos os lados da fuselagem mudam o fluxo de ar resfriado dentro do intercooler.

A compressão é controlada para manter a pressão da tubulação escolhida pelo piloto, por meio do regulador a óleo do superalimentador. O regulador, através de uma conexão, modifica a abertura do bocal nos canos de descarga logo atrás dos anéis coletores e ainda controla o volume dos gases de escape direcionados para o bocal do turbo.

A posição do pistão no regulador é balanceada pela pressão do escapamento e a mola de compressão; a mola é acionada mecanicamente em correspondência à pressão desejada da válvula de escape por uma alavanca de controle do superalimentador na cabine. Quando a pressão do escape é modificada pela valor escolhido, o pistão se move para aumentar a pressão abrindo uma porta que permite a entrada de óleo lubrificante sobre pressão na câmara do regulador o qual afetará o movimento do bocal de escape na direção correta para equilibrar o pistão na posição neutra.

Controles interligados do motor

Com o objetivo de reduzir a atenção dos pilotos para os controles do motor, hélice, impulsão auxiliar e acelerador as manetes de comando do P-47 podem ser interligadas e operadas como uma só alavanca com potência e rpm conjugados em total controle. A correlação é mecânica. A alavanca da hélice é correlacionada pelo uso de um came; manetes do acelerador e impulsão auxiliar são correlacionadas através de ajustes nas próprias alavancas.

Os controles podem ser desconectados pela liberação de uma simples presilha acionada por mola na alavanca do acelerador.

Uso de injeção de água

Para atender as necessidades de uma potência de emergência mais alta e proteger o motor de quebra quando operado bem acima de potência militar, foi usada injeção de água no sistema de motorização do Thunderbolt. A água é bombeada de um tanque de 30 galões seguro a parede corta-fogo e jogada para dentro de um regulador através de uma válvula de solenóide. A água pressurizada do outro lado do regulador altera a composição da mistura no carburador de modo que a proporção ar-combustível é reduzida aumentando a potência sem a correspondente subida de pressão nos dutos. O acréscimo de potência, entretanto, consegue criar alta pressão nos dutos através de um mecanismo de reconfiguração da impulsão auxiliar, o qual também é acionado pela pressão da água; a reconfiguração se sobrepõe ao ajuste do escapamento do regulador do superalimentador, permitindo então, que o turbo desenvolva os rpms mais altos necessários para manter a pressão do Regime de Emergência nos dutos.


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