Republic P-47 Thunderbolt Sentando a Pua! - A aviação militar brasileira na Segunda Guerra


P-47 no Pacífico

Parte IV: Ataque ou escolta?

Resolvendo o fator alcance

Durante o ano de 1944, a Repubic Avaition decidiu criar um novo modelo de P-47 que seria a solução definitiva para o problema da falta de alcance.

O P-47N foi um modelo que trouxe profundas alterações, começando pela nova asa maior e de formato reto nas pontas. Era evidente que o avião havia sido pensado para missões longas e, especialmente desenvolvido para o teatro de operações do Pacífico.

Sua função básica era a de prover escolta aos bombardeiros B-29 Superfortress até o território japonês. Seria o retorno do Thunderbolt ao papel de caça estratégico, semelhante àquele desempenhado em seu primeiro ano na Europa.

Outras Partes do
P-47 no Pacífico


Novo no front

Em julho de 1944 iniciou os preparativos para montar uma força de bombardeiros B-29 com apoio dos P-47N. Cinco grupos de caça - 318th e 508th da 7th Air Force além do 413th, 414th e 507th da 20th Air Force - ficariam responsáveis pela tarefa de escolta, todos subordinados à 20th Air Force. Na verdade, 508th jamais entrou em combate, ficando como unidade de treinamento no Havaí.

O base de operações seria na ilha de Le Shima, a 4,8 km de Okinawa e 520 km ao sul das principais ilhas do arquipélago japonês. A designação oficial para a tarefa de escolta veio em 31 de janeiro de 1945 e Le Shima foi capturada em abril do mesmo ano.

Na condição de unidade mais experiente do oeste do Pacífico, o 318th tornou-se a escolha natural para ser o primeiro grupo de caça convertido na nova função com os também novos aviões. Em fins de março de 1945 os pilotos do 318th FG voaram do Havaí até Le Shima com escala em Sipan (Ilhas Marianas) com seus novos P-47N.


Atacante nato

Após melhorias na pista da recém tomada Le Shima, o 318th FG estava pronto para as primeiras missões. Em 17 de maio o grupo executou um novo tipo de missão, ataque noturno sobre o território japonês. As missões noturnas foram rapidamente canceladas após a perda de quatro pilotos e, em 24 de maio, os P-47N estavam de volta às missões diurnas.

Em junho, o 318th, 413th e 507th não estavam mais concentrados apenas em ataques ao Japão mas também sobre suas forças terrestres na China e Coréia.

Aquela altura, a força estratégica com B-29 e P-47N planejada um ano antes havia passado por algumas mudanças. Ao invés de cinco grupos de caça em Le Shima, apenas o 318th, 413th e 507th encontravam-se na ilha. O 508th jamais entrou em combate e o 414th ficou operando a partir de Iwo Jima.

Quanto ao papel primordial de caça de escolta, esse foi trocado pelo de avião de ataque como na Europa devido a dois fatores.

O primeiro, foi que em abril de 1945 o cenário da guerra havia se modificado e as escoltas integrais aos B-29 deixaram de ser necessárias, já que a resistência japonesa era formada, em sua maior parte, por jovens inexperientes. Além disso, havia dois grupos de P-51 da 7th Air Force desempenhando aquela função sem nenhum problema.

O segundo foi, na verdade, uma ironia, pois as mudanças realizadas pelos técnicos da Republic Aviation para torná-lo num avião de escolta - e, de fato, estava preparado para isso - melhorou ainda mais suas características de avião de ataque.

A asa com maior envergadura e mais larga proporcionou mais espaço não só para combustível mas também armamento. Também melhorou sua estabilidade, fazendo com que os mergulhos em alta velocidade, um dos pontos fortes do Thunderbolt, fosse realizado mais facilmente. O motor era o mesmo do P-47M, que havia sido construído para enfrentar os jatos alemães. Tudo isso junto, capacidade de longos vôos, combinação poderosa de armamentos e velocidade máxima em 750 km/h, fez do P-47N o avião ideal para as condições da guerra no Pacífico.



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