Republic P-47 Thunderbolt Sentando a Pua! - A aviação militar brasileira na Segunda Guerra


Análise do projeto do Thunderbolt P-47

por Nicholas Mastrangelo
Chefe do Dept. de Publicações Técnicas, Republic Aviation Corp.
texto original em AvHistory Home Page
Reproduzido do original publicado na edição janeiro-1945 da Industrial Aviation
Sob permissão de Randy Wilson, todos direitos reservados ©

Parte II - Fuselagem

A fuselagem do P-47 é em semi-monocoque, inteiramente metálica, de construção tensionada, composta de anteparos transversais e de longarinas. A estrutura principal ou dianteira é dividida em metade superior e inferior até a posição 302½, enquanto o "cone" da cauda ou seção traseira da fuselagem, compreendendo a fuselagem após a posição 302½, é construída como peça única. As metades superior e inferior da fuselagem são aparafusadas em ângulos reforçados construídas em superfícies estruturais separadas e então tendo os encaixes das cavernas da metade superior unidas por rebites às da metade inferior. A montagem da fuselagem é completada pela junção da seção traseira da fuselagem à seção principal na posição 302½. Aqui, as cavernas das seções dianteira e traseira são rebitadas e aparafusadas enquanto o revestimento da seção traseira é unido ao revestimento da seção principal e rebitado à última caverna da seção dianteira.

As principais unidades estruturais da fuselagem, dois anteparos de apoio das asas, encontram-se localizadas na metade inferior da seção principal. Cada um dos dois anteparos é construído em torno de um par de vigas de aço de 3½" na seção E as quais prolongam-se pela extensão dos anteparos servindo de encaixe. As juntas de suporte das asas, forjadas em aço X4340, prolongam-se para cada extremidade das vigas de encaixe e são seguras a estas por parafusos de 3/8".


Outras partes do artigo

A parte dianteira ou parede corta-fogo é revestida com uma chapa de aço inoxidável sobre uma folha de alclad 24-ST de .091" assim como a parte traseira, reforçada por chapa ondulada e canaleta, tudo em alclad 24-ST.

O anteparo traseiro incorpora a junção traseira das asas. Exceto pela ausência da chapa de aço inoxidável e a chapa ondulada, a estrutura é similar a do anteparo diantiero.

As extremidades externas inferiores de ambas junções dos anteparos sustentam peças em formato trapezoidal, ficando as longarinas rebitadas à essas peças, estabelecendo desta maneira a base para a metade inferior da fuselagem. Essa longarina inferior se extende por toda a seção da fuselagem dianteira proporcionando apoio para os elementos restantes da estrutura transversal. Vigas estão localizadas em intervalos, da longarina até a divisória da metade inferior da estrutura. Os segmentos da armação inferior são rebitados da longarina até as vigas e então rebitadas por coberturas de chapas de aço de diversas espessuras com chapas extras de reforço nas fendas de encaixe da junção das asas. Outras áreas submetidas a grande esforço completam a estrutura do seção principal da metade inferior da fuselagem.

Ainda que a metade superior da seção dianteira da fuselagem não seja tão robusta quanto a metade inferior, é construída de maneira similar àquela. O anteparo dianteiro possui, devido a ausência da canaleta de aço de 3½", menos espessura que seu correspondente inferior e, consequentemente, mais recuado e com superfície lisa na parte traseira da chapa corta-fogo. Uma chapa ondulada revestindo ambos os lados se extende até a parte superior do berço do motor, o qual está num ângulo de 24-ST. Como a estrutura acima do berço do motor é a de menor tensão do anteparo, sua espessura é de uma única chapa. Peças forjadas em forma trapezoidal similares as empregadas nos anteparos da metade inferior são aparafusadas ao berço do motor para servir como a base estrutural para a longarina superior.

A metade superior da fuselagem correspondente ao anteparo traseiro de apoio da carenagem da raiz da asa é composto de segmentos flangeados de 064" de espessura, estendendo-se à longarina superior, unida com chapas de 064" de espessura a ambos os lados do anteparo.

O quadro 180, representando a divisória traseira da cabine do piloto, ao contrário dos anteparos de sustentação da junção da asa onde as circunstâncias são invertidas, possui estrutura reforçada na metade superior e estrutura do segmento de apoio flangeada na metade inferior. A resistência extra é devido ao fato que esta estrutura serve de base para a blindagem traseira.

As estruturas da metade superior restantes atrás do 180 são segmentos semicirculares flangedos unidos por longarinas.

A seção traseira da fuselagem, uma vez que é construída como peça única, emprega estruturas inteiras sendo unida por longarinas em uma forma similar a estrutura da metade dianteira. A estrutura que apoia a bequilha é submetida ao impacto na aterrissagem e, portanto, é bastante reforçada por apoios verticais e horizontais e cavernas. Aquela estrutura também é reforçada no fundo por uma estrutura em forma de caixa que estende-se até a posição 302½. Uma viga diagonal é rebitada ao longo da área superior das últimas três cavernas da seção traseira, constituindo a estrutura da sustentação para a empennagem.

A asa do P-47 é do tipo cantilever, com revestimento tensionado, multicelular constituida de duas longarinas principais. Possui envergadura de 41 pés, corda da raiz de 109,5", corda aerodinâmica média de 87,46"; proporção de 5,61; ângulo de incidência de +1° e um diedro de superfície superior de 4° . O ângulo de incidência e o valor do diedro são fixos.

DIMENSÕES DA FUSELAGEM

largura (máxima) 53,5" (1,36 m)
altura (máxima sem o mastro da antena de rádio) 88" (2,24 m)
comprimento (sem quadro do motor) 398" (10,11 m)
comprimento (com quadro do motor) 438,44" (11,14 m)

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desenhos das metades superior e inferior da fuselagem e cone da cauda


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