Republic P-47 Thunderbolt Sentando a Pua! - A aviação militar brasileira na Segunda Guerra


P-47 na Europa

Parte I: Poderio Aéreo Europeu
as forças aéreas em 1939

Situação geral em 1939

Em em 1º de setembro de 1939 começa a Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia pela Alemanha. Desde que Hitler assumiu o poder em 1933, a Alemanha Nazista vinha se preperando militarmente para uma nova guerra. A Guerra Civil Espanhola (1936 - 39) foi, além da disputa ideológica entre direita e esquerda um campo de testes para novas armas.

A Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini apoiaram os rebeldes liderados pelo General Franco enquanto a França (que deu pequeno apoio no início do conflito) e a URSS de Stalin auxiliaram os republicanos. Vale ressaltar que todos esses países diziam respeitar o princípio não-intervencionista da Liga das Nações, uma espécie de ONU da época. Em razão disso, todo o pessoal enviado ao conflito era considerado "voluntário".

Outras Partes do
P-47 no Europa

Situação das forças aéreas

  1. Alemanha
    Sem dúvida foi quem mais aprendeu com as lições da Guerra Civil Espanhola. Em 1939 seu caça padrão era o Messerschmitt Bf109, já testado nos anos da Guerra Civil, sendo a agilidade seu ponto forte. Contava ainda com o bombardeiro de mergulho Junkers Ju 87 Stuka, que nos dois primeiros anos da guerra foi de grande eficiência.
    Havia ainda o Messerschmitt Bf 110, que representava um conceito perseguido pela Luftwaffe até o final da guerra; o destroier. Um avião capaz de desempenhar o papel de caça interceptador e ataque ao solo. Quando os caças aliados começaram a se multiplicar nos céus o Bf 110 mostrou suas muitas limitações. Talvez o destroier que a Luftwaffe tanto desejava fosse o Messeschmitt Me 410 Hornisse que acabou tendo apenas 113 unidades construídas sem jamais desempenhar papel principal na guerra.
    Outra grande deficiência da Luftwaffe foi ter ignorado completamente os bombardeiros pesados de longo alcance como o Lancaster inglês e a B-17 americana.
  2. Reino Unido
    De todos os países aliados, era o que possuía a melhor força aérea para opor-se ao poderio alemão. Em setembro de 1939 dispunha de dois tipos de caça, o Hawker Hurricane e Supermarine Spitfire, esse último protagonista de um intenso duelo com o Messerschmitt Bf109 pela supremacia dos céus da Europa nos três primeiros anos da guerra.
    No começo do conflito a RAF (Royal Air Force) dispunha de quatorze esquadrões de Hurricane e nove de Spitfire.
    Existia ainda uma série de aeronaves obsoletas como aliás aconteceu com todas as outras forças aéreas. Dentre elas podemos destacar o Bolton Paul Defiant, com armamento defensivo inadequado e baixo desempenho.
    Ao contrário dos alemães, a RAF acreditava nos bombardeios estratégicos em larga escala e longo alcance e, por isso mesmo, logo no início da guerra já contava com pelo menos quatro bombardeiros de longo alcance, o Armstrong Whitworth Whitley, Bristol Blemhein Mk.I, Vickers Wellington Mk.I e o Handley-Page Hampden Mk.I, todos com alcance superior a 2.000 km.
  3. França
    Equipada com aparelhos de concepção ultrapassada, a França ainda teve contra si o fator de possuir fronteira com a Alemanha. Dispunha de três caças como base de sua força aérea: Moraine-Saunier MS-406, o mais numeroso e também robusto e confiável mas com baixo desempenho; Bloch MB-150/151, ultrapassado e incapaz de enfrentar os Bf109 nazistas e o Dewoitine D-520, o melhor caça francês e único que podia rivalizar com o Bf109, porém teve apenas 905 unidades.
  4. URSS
    Havia assinado um tratado de não agressão com a Alemanha (Pacto Molotov-Ribentrop) e considerava-se a salvo no início da guerra. Seus aviões haviam combatido os aviões alemães durante a Guerra Civil Espanhola e por isso mesmo o poderio aéreo nazista não chegava a ser novidade.
    Seu principal caça era o Polikarpov I-16 Rata, monoplano de asa baixa sem capota e trem de pouso retrátil. O projeto era de 1930 e apesar de já estar obsoleto possuia grande agilidade, e, até o surgimento dos Yakovlev em 1943 foi extremamente útil contra as forças inimigas.
    A Força Aérea Soviética não possuia bombardeiros de longo alcance e suas principais aeronaves, o Tupolev SB-2 e o Illyushin DB-3, encontravam-se em pé de igualdade com os Dornier Dornier Do 17Z, o que significava ser presa fácil para os caças.
  5. Itália
    Sua maior sorte no início da guerra foi estar do lado atacante, a Alemanha, pois possuia uma força aérea mal equipada. Conhecida como Regia Aeronautica, a Força Aérea Italiana carecia tanto em qualidade quanto em quantidade. Durante a guerra seu melhor caça, o Fiat G.202 Folgore, teve apenas 1.500 unidades produzidas. Em 1939 seu caça padrão era o Fiat CR-42, um biplano que voou pela primeira vez em maio de 1938 e que apesar de ter boas características de vôo era obsoleto para um caça. Projetado em 1935 o Fiat G-50 era outro caça popular entre os italianos no começo da guerra. Mesmo assim sua velocidade máxima era 23% menor que de um Spitfire Mk.I (472 km/h e 582 km/h respectivamente). Era na força de bombardeiros que estava o melhor avião italiano, o Savoia-Marchetti SM-79, um tri-motor parecido com o Junker Ju 52 alemão e que também desempenhava bem o papel de torpedeiro.

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