Modelo | P-51D |
Fabricante | North American Aviation |
País de origem | EUA |
Primeiro Vôo | Dezembro de 1942 (versão B) |
Motor | Um Packard V-1650-7 em linha de 1590 hp |
Envergadura | 11,29 m |
Comprimento | 9,84 m |
Altura | 4,10 m |
Peso (vazio) | 3.230 kg |
Peso (máximo) | 5.262 kg |
Velocidade (máxima) | 703 km/h |
Teto (operacional) | 12.770 m |
Razão de Subida | 1.060 m / min. |
Alcance | 1.529 km (sem tanques externos), 3.307 km (com tanques alijáveis) |
Armamento | seis metralhadoras Browning 12,7 mm (três em cada asa), duas bombas de 227 kg |
Quantidade | 9.600 |
Não seria exagero dizer que o P-51 deve muito ao AT-6 Texan. Foi em 1935, um ano após sua fundação, que a pequena empresa de 72 funcionários chamada de North American Aviation, colocou no ar o AT-6, que logo se tornou um sucesso de vendas com cerca de 20.000 unidades produzidas. Entre as força aéreas que operavam largamente o Texan estava a RAF, que ficara muito impressionada com a qualidade do projeto.
Em 1939, a Comissão Britânica de Compras perguntou a North American se havia possibilidade da fábrica produzir o Curtiss P-40 para a RAF. A resposta foi que a empresa tinha condições de desenvolver um projeto inteiramente novo. Era a oportunidade que a NA estava procurando pois o mercado interno estava saturado. Após uma série de atrasos por conta da Comissão Britânica de Compras, em 29 de maio de 1940 foi assinado um contrato para 320 N.A. 73.
A North American pretendia concluir o projeto em 120 dias mas conseguiu faze-lo em 102. Ainda enfrentou um atraso de 20 dias da entrega do motor Allison V-1710 de 1.150 hp. Em 26 de outubro o primeiro protótipo iniciava seu primeiro vôo. Era um avião de aspecto diferente, com linhas que privilegiavam ao máximo a aerodinâmica, todo construído em metal e com asas com fluxo laminar. O radiador ficava na parte central inferior da fuselagem e havia previsão para grande quantidade de combustível, mais do que qualquer outro caça europeu, o que o tornava maior e mais pesado.
Houve receio que aquilo tornasse o Mustang um avião lento mas, logo no primeiro vôo atingiu 615 km/h, mais rápido que os Spitfire V de então e com o dobro de capacidade de combustível, além de possuir um arsenal de quatro metralhadoras 12,7 mm e mais duas 7,62 mm. Com todas essas qualidades a RAF fez um segundo pedido de 300 unidades e, em 29 de outubro de 1941, os primeiros P-51 chegavam a Liverpool, Inglaterra.
A maior queixa em relação aos Mustangs era o motor Allison que não rendia bem em grandes altitudes, equiparando-se ao P-40 que também o utilizava. Em compensação, a baixa altitude era quase imbatível e foi graças a essa característica que o P-51 tornou-se o primeiro caça britânico a operar dentro do espaço aéreo alemão na Segunda Guerra numa missão em outubro de 42.
Do outro lado do Atlântico, o P-51 também chamou a atenção do Exército Americano. Assim que as primeiras unidades começaram a deixar a linha de montagem, duas foram cedidas à USAAF - o quarto e o décimo aparelhos de série.
Impressionado com os resultados dos testes, o Exército encomendou 150 unidades com quatro canhões de 20 mm, outras 310 designadas P-51A com quatro metralhadoras de 12,7 mm e mais quinhentas armadas com seis metralhadoras de 12,7 mm e duas bombas de 227 kg sendo essa uma versão especializada para bombardeio de mergulho batizada de A-36 Apache mas que posteriormente voltou a ser chamada de Mustang.
Foi na versão "B" que ele passou a usar o motor Rolls-Royce Merlin V-1650-7 e que se tornou padrão entre os Mustangs com 13.600 unidades dentre as 15.586 produzidas. Com a adoção do Merlin no lugar do Allison o problema de desempenho em grandes altidudes foi definitivamente resolvido.
A versão "C" veio com nova nacele no motor e seis metralhadoras, a "D" estreou a capota tipo "bolha" e uma aleta dorsal para resolver um antigo problema de estabilidade direcional, a "K" usou um novo tipo de hélice e a "H", que atingia velocidade máxima de 784 km/h foi o caça mais veloz produzido em série da Segunda Guerra (a excessão dos jatos). Essa versão operou apenas no Pacífico nos últimos meses da guerra em 1945.
A excelência do projeto do P-51 fez com que, ao contrário de seus contemporâneos, mantivesse desenvolvimento ao longo das décadas do pós-guerra, tendo sido largamente usado na Guerra da Coréia (1950 - 1953) e, em 1980, uma variante modernizada chegou a ser seriamente cogitada como avião de ataque leve para a USAF.
Matérias relacionadas