Republic P-47 Thunderbolt Sentando a Pua! - A aviação militar brasileira na Segunda Guerra


O Projeto

Parte VI: A Aposentadoria

Dos modelos que entraram em combate, além dos "C" e "D", também foram criados dois outros modelos especializados:

  • M
    equipado com motor mais potente e capaz de atingir 811 km/h. Foi desenvolvido para fazer frente aos ME-262 (primeiro caça a jato operacional) e as bombas V-1.
  • N
    modelo totalmente redesenhado, perdendo inclusive as características asas elípticas e, recebendo no lugar, novas asas com maior envergadiura e pontas retas. Essa versão foi específica para o front no Pacífico, que requeria aeronaves com maior alcance. Foi o último modelo de P-47 produzido.

Imagem de dois P-47M-1-RE do 56th FG

Imagem de um P-47N do 318th FG

Resumo da evolução dos P-47

Outras Partes da
História do P-47

O sucessor que não houve

Ainda em 1943, Alexander Kartveli pensou num sucessor para o P-47. O avião aproveitaria muito do trabalho feito no Thunderbolt otimizando seus pontos fortes. Na verdade, ele seria uma evolução ao invés de um projeto totalmente novo. Recebeu o nome de XP-72 e voou pela primeira vez em 2 de fevereiro de 1944. Novas necessidades estratégicas e o surgimento do motor a jato fizeram com que o projeto XP-72 fosse cancelado.

Ficha técnica e história do XP-72

Imagens do XP-72


Pós-Guerra

Terminada a guerra, a aviação militar havia se transformado radicalmente. No lugar dos motores a pistão, agora havia uma nova geração de jatos que alcançavam velocidades próximas a do som (veja quadro abaixo).

Jatos - Primeira Geração (1945 - 1950)

País Fabricante Modelo Velocidade Máxima Mach
EUA North American Aviation F-86 1.118 km/h 0.93
EUA Lockheed Aircraft F-94C 941 km/h 0.78
URSS MIG (Mikoyan-Gurevich) MIG-15 1.015 km/h 0.85
URSS MIG (Mikoyan-Gurevich) MIG-17 1.145 km/h 0.95
Reino Unido Gloster Meteor F.8 953 km/h 0.79

Os super-caças desenvolvidos na segunda metade da guerra, como os P-51, P-47, Tempest ou até mesmo o ME-262 (já impulsionado por motores a jato) não conseguiam rivalizar em velocidade e alcance com a nova geração. Além disso, apenas dois anos após o fim da guerra, ou seja, 1947, a recém criada USAF conseguiu quebrar a barreira do som com um Bell X-1 (avião experimental) pilotado por Chuck Yaegger.

Tudo indicava que o destino dos caças a pistão era a aposentadoria. Brasil, EUA (nas unidades da Guarda Nacional) e México ainda usaram os P-47 até meados da década de 50. Mas outras nações viram no P-47 uma chance de ter um avião extremamente confiável, testado em combate e a preços bem razoáveis para quem não possuía orçamentos elásticos.

Foi assim que o Thunderbolt passou de excedente de guerra a sucesso em diversas Forças Aéreas da América Latina - das dezeseis nações que operaram o P-47 exclusivamente após a guerra, dez (63%) eram latino-americanas.

O Republic P-47 Thunderbolt, ou simplesmente "Jug", como era conhecido entre os pilotos americanos, foi um avião que nasceu da cabeça de um engenheiro russo, foi aperfeiçoado por outro, teve seu projeto cancelado, foi recriado e desenvolvido para finalmente tornar-se uma lenda na aviação de caça. Ainda hoje, cerca de nove deles realizam vôos de exibição e outros tantos ocupam lugar de honra em museus por todo mundo.

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