Os Modelos

História

O "C" foi a segunda versão do P-47 a ser produzida em série e a primeira a entrar entre combate. Havia poucas diferenças entre o "C" e seu antecessor, o "B". Certamente o maior avanço em relação ao modelo "B" foi a solução do problema do leme que era arrancado durante mergulhos em alta velocidade. A origem do problema era uma forte trepidação ocasionada pelo material de revestimento do leme - tecido. A solução foi bem simples, trocá-lo por revestimento de metal. Com isso o P-47C acabou ganhando mais uns 2 cm de comprimento. Outras modificações foram aplicadas nas variantes subsequentes - vide Quadro Evolutivo do Modelo "C".

A primeira unidade do "C" - número de série 41-6066 - saiu da linha de montagem em 14 de setembro de 1942. Apesar da modificação no leme, o P-47C ainda apresentava problemas em mergulhos além dos 805 km/h (500 mph) quando os elevadores travavam. Era o problema da compressibilidade.

Primeiro em combate

Em 13 de novembro de 1942, os Tenentes Harold Comstock e Roger Dyar alcançaram velocidade de 1.167 km/h (725 mph) durante mergulhos em alta velocidade, ou seja, quase quebraram a barreira do som, porém, historiadores da aviação consideram que os instrumentos de leitura da velocidade eram pouco confiáveis e acreditam que a velocidade atingida tenha ficado por volta dos 800 km/h (500 mph), ainda assim, muito para uma aeronave movida a hélice.

Durante o tempo de desenvolvimento do P-47C os engenheiros da Republic em Wright Field fizeram algumas constatações interessantes: a) o P-47C-1-RE possuía o melhor coeficiente de rolagem de aileron entre os caças da USAAF, o que era bom para a manobrabilidade, b) a visão frontal do piloto era muito prejudicada, criando problemas para mirar o alvo e, c) os dutos de ligação entre o motor e o supercompressor, que passavam por boa parte da área inferior da fuselagem, serviam também de colchão contra impactos durante aterrisagens de barriga protegendo as pernas do piloto.

O primeiro Thunderbolt pronto para missões de combate foi o P-47C-2-RE, com 128 produzidos. Ele já apresentava a possibilidade de transportar um tanque ventral externo para 776 l de combustível mas ainda não era pressurizado, o que criou restrições em relação ao seu uso em combate. Apesar disso, alguns C-2-RE se tornaram os primeiros P-47 a irem para a linha de frente operando no 4th, 78th e 56th FG (Fighter Group - Grupo de Caça) da 8ª Força Aérea baseada na Inglaterra.

Assim como os P-47B, os modelos C possuiam flapes na carenagem do motor até a metade lateral da fuselagem totalizando doze. Algumas de suas últimas unidades receberam mais dois flapes em cada lado indo até próximo da saída de refrigeraço do óleo. Essa alteração se tornou padrão para os modelos posteriores.